Hoje é Budapeste mas antes do século XIX o Danúbio fazia a divisão entre duas cidades: Buda, altiva de um lado, e Peste, plana do outro. Hoje em dia, formam uma das capitais europeias mais visitadas pelos turistas. Durante décadas viveu sob o regime nazi e, mais tarde, submissa à União Soviética. Renasceu desse período negro ainda mais elegante, requintada e ao mesmo tempo jovem e moderna.
Pertence a: Hungria
População: 1 779 361
Área total: 525,16 km²
Língua Oficial: Húngaro
Moeda Oficial: Florim (ver cambio https://pt.exchange-rates.org/converter/EUR/HUF/1/Y)
Fuso horário: CET (UTC+1) | CEST (UTC+2) (Verão)
Código Telefónico Internacional: +36
Coordenadas: 47° 29′ 52 N, 19° 2′ 23 E
Site de Turismo: https://www.budapestinfo.hu/
Contactos de emergência: 107 (polícia); 104 (ambulância)
Data da viagem: 30 de julho a 3 de agosto de 2019
Há quem lhe chame Duas Cidades, Paris de Leste, Pérola do Danúbio e até Cidade dos Banhos. A verdade é que apesar de agora formarem apenas uma cidade, as diferenças são notórias entre a antiga Buda e Peste. Buda é repleta de colinas e zonas verdes, é onde se encontra o castelo de Buda e as vistas mais bonitas para Peste. Do outro lado do Danúbio, Peste é a verdadeira cidade, cheia de correria e azáfama, é a casa do edifício mais emblemático da capital Húngara: o parlamento. No nosso caso, ficamos 3 dias e foi o ideal para conhecer os pontos mais importantes da cidade. Em termos económicos, o nível de vida é semelhante ao português, por isso, facilmente fará uma refeição por 10€ para duas pessoas. Se procurar um restaurante mais turístico, gastará uma média de 20/30€ por casal.
No pouco tempo que passamos em Budapeste sentimo-nos seguros. Tenham em atenção aos transportes públicos porque existem controladores por todo o lado e que praticam a verdadeira “caça ao turista”. Não basta comprar os bilhetes nos postos de venda automática, é também obrigatório que os validem dentro do eléctrico/metro. A consequência de não o fazerem é uma multa e tenham em atenção porque aconteceu connosco o discurso de “se pagaram agora 8 mil florins (cerca de 23€) isto fica aqui entre nós”. A conversa pareceu-nos estranha, não confiamos na pessoa que nos estava a multar e, por isso, optámos por não pagar naquele momento e aguardar o envio da multa. Sabemos que quando o fizerem, pagaremos talvez o dobro ou o triplo mas preferimos isso do que estar a alimentar possíveis esquemas para ganhar dinheiro com os turistas. E assim sendo, não se esqueçam de validar sempre os bilhetes!
Chegamos através de autocarro Flixbus proveniente de Viena, na Áustria. Da estação de autocarros até ao nosso alojamento optamos pelo táxi (porque tínhamos hora de check-in combinada e não queríamos correr o risco de chegar atrasados. Budapeste tem aeroporto (Aeroporto de Budapeste Ferenc Liszt) e foi de lá que depois regressamos ao Porto. O trajecto é fácil e rápido visto que existe a linha de autocarro 100E que é especifica e faz a ligação aeroporto – centro da cidade (atenção que o bilhete é também especifico “Airport Shuttle Bus” e tem um custo de 900 florins, cerca de 2,70€, por pessoa, por viagem). Depois de estar no centro da cidade as deslocações são fáceis porque a rede de transportes públicos é bastante eficaz e o preço do bilhete único é bastante acessível, 350 florins, cerca de 1€. No nosso caso optamos por alugar duas bicicletas durante 2 dias e foi uma experiência incrível que permitiu que não usássemos nenhum transporte público durante esse tempo. Fizemos o aluguer com a querida Megan na Buda Explorer de duas E-bikes que nos permitiram percorrer toda a cidade, inclusivé as colinas mais altas de Buda, graças às baterias que possuem. Foi TOP!
Nome do Hotel: Riverside Studio
Morada: Jászai Mari ter
Preço: 43€/noite (3 noites)
Pontos Positivos: Vista incrível para o rio Danúbio, ar condicionado e boa internet
Pontos Negativos: Nada a apontar
Pontuação: 5 (4,84 Airbnb)
Dia 1
O primeiro dia foi dedicado a Buda e às suas colinas verdejantes. Fomos alugar as bicicletas e partimos logo de seguida atravessando a ponte da Liberdade (Szabadság Híd) em direcção à Citadela. Subindo a Colina Gellért chegamos ao ponto mais alto de Buda e, por isso, poderá adivinhar a bonita vista para o Danúbio, suas pontes e o lado Peste. A Citadela consiste numa fortaleza construída para vigiar a população mas que apenas foi terminada após a segunda guerra mundial. Como comemoração da libertação da Hungria ostenta a Estátua da Liberdade de onde advém também o nome da ponte atrás referida.





Seguimos depois caminho em direcção ao Castelo de Buda, declarado pela UNESCO património da humanidade. O edifício acolhe a Biblioteca, a Galeria Nacional e o Museu de História. Junto ao castelo encontrará o pequeno centro histórico da Buda bastante simpático, repleto de pequenos cafés e lojas de lembranças. Toda a zona envolvente do castelo merece ser explorada pelos vários monumentos que a compõem e miradouros incríveis.



Seguimos depois para o ponto mais procurado pelos turistas do lado Buda: o Basteão dos Pescadores. Trata-se de um terraço com 7 torres que representam as 7 tribos que fundaram a Húngria. Oferece as melhores vistas sobre o Danúbio e o Parlamento de Budapeste.









Mesmo junto ao Bastião dos Pescadores encontra-se a Igreja de Matias, a mais famosa de Budapeste e palco de coroação de vários monarcas. A sua principal característica é o telhado coberto de azulejos coloridos.

Terminada a viagem ao lado Buda, regressamos a Peste pela icónica ponte suspensa de Budapeste (Széchenyi Lánchíd) para um passeio de barco pelo Danúbio com a empresa Portum Lines. Custa 9€/pessoa e vale muito a pena, principalmente depois de anoitecer com todas as luzes da cidade acesas. O passeio dura cerca de 1 hora e inclui um cocktail de boas-vindas.



Dia 2:
Começamos o segundo dia a explorar o Bairro Judeu. Antes do Holocausto cerca de 30% da população húngara era judia, por isso, existem algumas sinagogas na cidade, inclusive aquela que é a maior sinagoga Europeia conhecida como a Grande Sinagoga de Budapeste. Aproveite para passear pelo envolvente Bairro Judeu que preserva ainda as suas raízes judaicas e conheça os famosos “bares em ruínas” (ruin bars) conhecidos por manterem o seu aspecto em ruínas e, por esse motivo, despertam a curiosidade de imensos turistas pela noite dentro.
Depois seguimos de bicicleta pela Avenida Andrássy, conhecida pelas lojas de luxo de Budapeste em direcção à Praça dos Heróis que fica mesmo no final da Avenida. É nesta praça que fica um dos monumentos mais importantes de Budapeste: o memorial do milénio. Começou a ser construído aquando a comemoração do primeiro milénio do país e está carregado de história. A parte traseira do monumento é constituída por colunas onde, no total, se encontram 14 figuras importantes da história húngara. No topo da coluna central encontra-se a figura do Anjo Gabriel, na mão direita segura a coroa de Santo Estêvão (primeiro rei húngaro) e na mão esquerda uma cruz que simboliza a cruz oferecida pelo Papa a Santo Estêvão em reconhecimento dos seus esforços para converter os Húngaros ao cristianismo. Na base da coluna, rodeiam-na os 7 líderes das tribos que fundaram a Hungria. Na parte frontal do monumento existe uma pedra, muitas vezes confundida erradamente com uma sepultura, onde diz traduzindo para português “Em memória dos heróis que deram suas vidas pela liberdade do nosso povo e nossa independência nacional.”
A Praça dos Heróis marca também o inicio do Parque Városliget, parque da cidade e um dos principais pulmões da cidade. Vale muito a pena, passear por lá e então se tiverem uma bicicleta como nós fica ainda melhor! É também nesta zona que ficam as famosas Termas Széchenyi. No fundo são piscinas ao ar livre mas com água quente. Optamos por não entrar porque achamos o valor que cobravam um absurdo (16€/pessoa) e visto que estávamos no Verão e estava muito calor, tivemos receio que não fossemos aproveitar. Para quem visita Budapeste no Inverno, deve ser incrível.
foto
Dia 3:
Já sem bicicleta, aproveitamos o terceiro e último dia em Budapeste para explorar o centro de Peste. Começamos por passar junto ao Parlamento de Budapeste, o edificio mais emblemático de Budapeste sobreviveu à Segunda Guerra Mundial e é o cartão postal da cidade. É possível de ser visitado.

Depois seguimos para o monumento “Sapatos na margem do Danúbio” onde se encontram cerca de 60 pares de sapatos em ferro fixos na margem do rio. Mesmo sem saber a história por trás do monumento, a forma como eles estão colocados e o ambiente que se sente no local dão logo para perceber que não se trata de nada bom. Este memorial pretende relembrar as atrocidades que aqui passaram os judeus durante a segunda guerra mundial. Foi nestas margens que muitos judeus foram fuzilados e deixados cair no rio por um partido húngaro semelhante ao partido nazista da Alemanha. Como naquela época os sapatos tinham bastante valor, os judeus eram obrigados a descalça-los antes de morrerem, deixando-os na margem do rio.

De seguida visitamos a Basílica de Santo Estêvão e toda a zona envolvente. É uma zona bastante agradável para almoçar e experimentar os pratos típicos húngaros, quase todos com uso de paprica. Terminamos a refeição com um gelado na Gelarto Rosa e continuamos a viagem para o Mercado Central.



A viagem a Budapeste terminou na Ilha Margarida, um oásis no meio do Danúbio. Nesta ilha é possível desligar da azáfama da cidade, aproveitar os jardins, as animações ao ar livre e os inúmeros restaurantes. É possível alugar um carro a pedais para percorrer a ilha e ainda assistir aos espectáculos da Fonte Musical. É um local super engraçado com uma vibe completamente diferente do resto de Budapeste. Aconselhamos vivamente!


Budapeste surpreendeu-nos pela positiva. É uma cidade jovem, com um ambiente moderno, os húngaros pareceram-nos despreocupados com vida e tudo flui de uma forma natural. O bairro judeu carrega ainda o peso de uma história negra marcada pelo nazismo e pelo domínio da união soviética mas, por outro lado, em Buda respira-se o ar da libertação, de um povo que é feliz e se orgulha da sua história. Gostamos muito e temos a certeza de um dia voltar! Até sempre querida Budapeste!
A Vida de Ti